INTELIGÊNCIA EMOCIONAL
O "Eu" como
gestor de pensamentos, sentimentos e emoções
Prof. Pedro Virgínio
P. Neto
A)
Introdução:
Geralmente as pessoas
têm mais conhecimento e consciência do mundo externo que do seu próprio mundo
interior.
"Restam outros
sistemas fora do solar a colonizar.
Ao acabarem todos só
resta ao homem (Estará equipado?)
A dificílima
dangerosíssima viagem
De si a si mesmo: Por
o pé no chão
Do seu coração."
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Tomar consciência de
nossos processos internos é de fundamental importância para uma autogestão
positiva que resulte em mais equilíbrio emocional e nos relacionamentos
interpessoais.
B) Desenvolvimento
1. "Inteligência socioemocional" - compreendendo a expressão
a) O que é inteligência?
É um conjunto de habilidades que permitem ao sujeito lidar com os problemas da existência.
Alfred Binet: QI - Quociente de inteligência que levava em conta, sobretudo, os aspectos lingüísticos e lógico-matemáticos da inteligência humana.
Howard Gardner: IM - Inteligências múltiplas. Esta teoria ampliou o quadro de aspectos a serem considerados quanto à avaliação da inteligência, dando destaque a oito inteligências:
· Lógico-matemática é a capacidade de realizar operações numéricas e de fazer deduções.
· Lingüística é a habilidade de aprender idiomas e de usar a fala e a escrita para atingir objetivos.
· Espacial é a disposição para reconhecer e manipular situações que envolvam apreensões visuais.
· Físico-cinestésica é o potencial para usar o corpo com o fim de resolver problemas ou fabricar produtos.
· Interpessoal é a capacidade de entender as intenções e os desejos dos outros e conseqüentemente de se relacionar bem em sociedade.
· Intrapessoal é a inclinação para se conhecer e usar o entendimento de si mesmo para alcançar certos fins.
· Musical é a aptidão para tocar, apreciar e compor padrões musicais.
Dentre estas, destaco duas de grande relevância na questão da inteligência emocional, que são: A inteligência intrapessoal e a inteligência interpessoal.
b) O que é Emoção?
As emoções são respostas do organismo, involuntárias, diante de determinados estímulos externos ou internos. Ela é determinada pela interação de substâncias químicas liberadas no corpo.
Quando a emoção é percebida, conscientemente, passamos a falar de sentimento. A Emoção é corporal e inconsciente; o sentimento é psíquico e consciente.
As emoções não podem ser contidas ou controladas de modo direto, mas a intensidade dessas reações pode ser regulada de modo indireto pela tomada de consciência, gerência de pensamentos e mudanças e formação de hábitos.
c) Porque socioemocional e não social e emocional?
Somos todos destinados ao convívio social, e muitas de nossas reações emocionais decorrem dos estímulos recebidos em meio a estas relações sociais, seja em família, no trânsito, ou no ambiente profissional.
Há assim uma forte relação entre o modo como administramos nossas emoções, a qualidade dos nossos relacionamentos e os tipos de resultados que alcançamos.
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2. A Formação da personalidade - o "EU" como nosso centro gestor
Desde o momento em que nascemos, através da interação entre nosso organismo e o meio, nossa personalidade se desenvolve e se estrutura.
ID - Corporal, orgânico, inconsciente
EGO - Psíquico, consciente
SUPEREGO - Social
O conjunto de nossas experiências e o modo como as interpretamos, vão consolidando nossa personalidade.
O "EU" não deve ser uma instância passiva, alienada e frágil. Deve ser forte o suficiente para ser gestor de nossos sentimentos, pensamentos e ações.
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3. As fontes de estresse e de conflitos
Podemos classificar essas fontes em três tipos:
· ORGÂNICAS - Como desequilíbrios hormonais que podem resultar em quadros depressivos ou mesmo transtornos mais graves.
· AMBIENTAIS - Através dos estímulos estressantes de agentes externos, sejam pessoas em particular ou circunstâncias.
· PSÍQUICAS - Decorrentes de conflitos surgidos em meio aos pensamentos do próprio indivíduo, estando relacionado aos seus padrões de interpretação do mundo.
Dentre as diversas circunstâncias que envolvem estes estados de estresse, podemos citar:
· Preocupações existenciais
· Excesso de atividade mental
· Excesso de auto-cobrança
· Insegurança, temores
· Sentimento de culpa
· Ansiedade
· Atenção demasiada a opinião dos outros
· Expectativas não correspondidas
· Consumismo compulsivo (Bens reais X Bens aparentes)
· Ruminar o passado (Re- sentir)
· Antecipar o futuro (Pré- ocupar)
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C. CONCLUSÃO:
Quero terminar deixando algumas estratégias que podem ser adotadas para desenvolvermos uma melhor gestão de nossos pensamentos, sentimentos e emoções.
· Procure tomar consciência de que possui um "Eu", uma instância consciente não se confunde com seus pensamentos e que, sendo distinto, é capaz de gerenciá-los.
· Confronte seus próprios pensamentos, criticando-os, duvidando daquilo que eles colocam diante de você como sendo condições inexoráveis, impossíveis de serem superadas.
· Analise suas ideias para identificar se não passam de pre-conceitos ou percepções distorcidas.
· Confronte os pensamentos autodestrutivos.
· Mergulhe em ações concretas do presente, minorando temores do futuro e dando menos espaço para leituras negativas do passado.
· Busque momentos em que possa desacelerar os pensamentos: Pratique exercícios de silêncio, respiração e contemplação da natureza.
· Busque fazer leituras edificantes e receber instrução positiva.
Certamente, muitas outras estratégias podem ser adotadas. Manter-se consciente da realidade que o cerca, ativo em seu julgamento crítico, é o núcleo de todas as ações que possamos adotar.
Vale observar que nem toda tristeza é depressão, e todos temos recursos internos para lidar com os dilemas da vida. Contudo, quando sentimos que estamos num avançado nível de descontrole é hora de buscar ajuda especializada.
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