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Mostrando postagens de agosto, 2018

DA UTILIDADE À BELEZA

Da utilidade à beleza Pedro Virgínio P. Neto Bebida é água! Comida é pasto! Você tem sede de quê? Você tem fome de quê? A gente não quer só comida A gente quer comida Diversão e arte A gente não quer só comida A gente quer saída Para qualquer parte (Titãs) “Comida é pasto…”. Assim começa a música “comida” dos Titãs.  Para matar a fome do corpo, um “pasto”, um prato de comida que seja minimamente tragável, basta. Mas percebemos na história humana que faz muito tempo que, para o ser humano, esta "basicalidade" deixou de ser suficiente. Daí “a gente não querer só comida” para o corpo, mas também diversão para despertar o prazer do riso e Arte para despertar o prazer diante do Belo. Cedo o ser humano tratou de adornar com beleza os utensílios mais básicos de sua vida diária, como talheres, armas, roupas, livros e ambientes. Kant, ao tratar da questão da beleza, teria dito: “Há quem passe por uma floresta e só veja lenha para sua

O BELO TRANSCEDENTAL E O BELO ESTÉTICO

O BELO TRANSCEDENTAL E O BELO ESTÉTICO Pedro Virgínio P. Neto Para os antigos filósofos, Platão e Aristóteles, a arte é uma “mimesis”, uma imitação da vida e do mundo. Para Platão a arte é como um reflexo em um espelho. Para Aristóteles a arte também é uma imitação só que expressa de modo sublimado, despida ou acrescida de alguns elementos que imprimem à obra uma certa idealização. Para os antigos a natureza era o ponto de partida para a filosofia e para pensar as questões humanas. Com a arte não seria diferente. Mesmo um filósofo materialista, como Epicuro, considerava que a natureza está perpassada de uma certa harmonia, de uma lógica inerente, de uma razão e de proporção próprias.   Esta natureza, portanto, possui beleza contida em sua harmonia. Tal beleza existe independentemente da presença humana. Caso não existissem homens sobre a face da terra, esta Beleza Natural ainda existiria. Por isso ela é chamada de Beleza Transcendental, pelo fato de estar para além

O NATURAL E O ARTIFICIAL - Distinção fundamental para começar a pensar sobre Arte e outras questões

O NATURAL E O ARTIFICIAL Distinção fundamental para começar a pensar sobre Arte E outras questões Prof. Pedro Virgínio P. Neto Nesta série de aulas sobre Arte, procurarei fazer uma abordagem Filosófica, a princípio, Procurando construir passo a passo, com os estudantes, os principais conceitos relacionados ao universo da Arte. Na abordagem filosófica o que se busca é a definição de conceitos de ordem universal, que expressem a essência dos objetos e dos fenômenos. Desse modo a busca não é por dizer o que é belo em cada época ou lugar (Como o fará a História), mas chegar aos elementos essenciais da definição de Belo e de Arte. O EXERCÍCIO FILOSÓFICO Começamos com um exercício em que lhes apresentei quatro situações. Pedi aos senhores que fizessem um exercício de pensamento, seguindo os seguintes passos: 1.      Observando as situações 2.      Ordenando as imagens (numa progressão) 3.      Comparando as imagens. 4.      Identificando o elemento com

A AUTOFORMAÇÃO DO PROFESSOR

A AUTOFORMAÇÃO DO PROFESSOR Pedro Virgínio P. Neto Pesquisas recentes apontam que, na perspectiva de professores, um dos fatores de maior valorização dos profissionais  da educação, é a oferta de formação continuada. Tal expressão, parece-me, vem desgastada pelo uso freqüente, tendo assumido a característica de um lugar comum. Geralmente o que é denominado e promovido como formação contínua de professores são palestras com temas previamente pensados e de conteúdo mais político que pedagógico ou didático. Mesmo quando a proposta não é esta, os participantes tendem a levar a discussão para este lado.  Outra noção muito ligada ao tema é a de que é competência precípua do Estado ofertar formação aos professores. Na ausência ou na pouca freqüência dessa oferta, o que se verifica são falas ressentidas, onde os professores são apresentados como "menores abandonados", desamparados, os quais não se entregam ao processo de formação por que não se lhes oferecem formaç