POEMAS REUNIDOS
Pedro Virgínio P. Neto
1.O PROFESSOR
O professor deseja
Professar tudo o que sabe
Mas no aluno não cabe
Tudo o que ele despeja:
_ Sobeja.
2. A ARANHA
A aranha tateia
O teto.
Tece a teia
Com cautela
Pra que venha
Uma besta e caia nela.
3. NOITE CHUVOSA
A noite sussurra
E libera seu hálito:
Cai a neblina no asfalto.
4. COMIDA
Quando como - Medito.
E medito
como quem
Come
Para matar a fome
De Infinito.
5. ELIXIR
O elixir da vida boa
Que se procura,
Não é mais que a sensatez
Da ignorância
E da loucura.
6. PROPORÇÃO INVERSA
Muitas palavras.
Pouco pensamento.
Muito movimento.
Pouca reflexão...
7. SILÊNCIO DAS HORAS
Amo
as horas altas da noite...
No
som do silêncio das horas,
No
silêncio das estrelas imóveis,
A
mente descansa
vazia.
8. O POETA
O poeta é um fingidor
Finge sentir (Com a
imaginação) O que
de fato sente (Com
o coração)
Será que somos todos poetas?
9.COMO PÁSSAROS
"Como pássaros,
São os objetos dos nossos desejos
Ávidos..."
10.TALVEZ A POESIA...
"Talvez - a poesia - Seja
A brisa que se deseja
No pico do meio dia..."
11. ÂNSIA
O coração ansioso devora o mundo inteiro.
Toda a água do Iguaçú
não satisfaz a grande fenda.
12. FELICIDADE
Felicidade pode dar coisa tão símples
Que para tê-la não importa ter tormento:
Uma conversa, um bom amigo, um som, um livro
Ou no caminho ter o rosto exposto ao vento...
13. FESTA DE SÃO JOÃO
(MINICONTO)
Fogaréu! Madrugada de São João!
Um corpo estendido no chão….
14. POESIA É COISA SÉRIA...
Poesia é coisa séria...
Deve ser consumida com calma
Para a gradual supressão
Da inanição
De nossa Alma.
15. ESCREVER HAICAIS...
Escrever haicais
É parolar de passagem.
É ser lacônico
E na lacuna da palavra
Deixar a mensagem.
15. OS PÁSSAROS
Os pássaros vem cantando
E deslizando num rastro de luz...
É o convite da vida
Que nos seduz….
16. TUA VOZ
Não ouvi tua voz
Me chamar, Só o vento
A flertar com as
folhas.
17. POESIA
Eu escrevo a poesia
Como quem anda no
vento
Ou como quem colhe
uma flôr
Sem grandes
mistérios.
Eu escrevo a poesia
Como quem canta uma
canção inventada
Para espantar a
solidão
Do
caminho.
18. EMERSÃO
O pensamento triste
A agonia, o desespero
Que toma a cabeça
Que toma a alma
E o coração.
O tremor da face
O tremor da mão
Que busca um lápis
E tricota um verso.
19. SAUDADE
Saudade:
Espada de aço
Em brasa
Que o peito
Arrasa.
20. O AMOR
O amor é como a matemática:
Poucas gramas de talento
E quilogramas de prática.
21. HOJE
Hoje eu
Estou tão assim...
Sem saber o porquê,
Sem saber o quê.
Sem ter meio,
Começo nem fim.
22. RECEITA DE SANTO
Primeiro excomunga-se
E martiriza-se.
Depois, então,
Com a mesma mão,
Canoniza-se.
Serve-se num prato
Decorado de conveniências.
23. CORONÁRIA
Spoock!!! Onde foi a explosão?
À tudo sobrou poesia:
Rebentou-se um coração
Vazando o que então continha.
24. HORA CRÔNICA
Levanta, vai à porta,
Ouve e olha.
Passam pessoas
E rolam Sons.
Salta à rua
E curte esta hora
Que é tão mágica
De tão comum.
25. LINGUAGEM DO POVO
Tá chei
de fuimiga
O pão de mí.
Num vai
Pestá
Pá cumê.
26. UM AUTOMÓVEL
Um automóvel passou
Agora
mesmo...
Zunindo!
Sinal de que
A vida não parou.
27. POEMA VAGABUNDO
Não quero pensar profundo
O fosso do mundo.
Sim, quero ficar no fundo
Do doce gostoso profundo
De ter o pensar vagabundo.
28. POESIA
Palavra sobre o papel.
Palavra lavrada...
Força revel... Que a vida encerra.
Palavra que gera trova
Na luta que o poeta trava.
(03/07/2020 modificado)
29. AGONIA DA CRIAÇÃO
A poesia todos os dias
Está presente.
Quente,
Fervilhando por dentro.
Queimando como um grande sol,
Ardendo feito uma ferida.
O verso, porém, nem sempre é domável.
Faz-se duro, às vezes,
"Imoldável"...
E o poema espera ...longamente...
para nascer.
30. MOTIVAÇÃO
Quando a mim digo
Não ter motivos
Para a ação...
A mim respondo
Que já tem tudo
Quem tem mente
E coração.
31. FOTOGRAFIA DE UM MORTO
A atmosfera é silêncio
O pensamento é uma sombra
O coração sem desejo algum
É um ilha sem nativos
E sem náufragos.
32. A LOUCURA
A loucura deriva da sanidade
Mormente sã a consciência
Mormente inteirada
Do que é brutalmente real.
33. O GATO E O POMBO
No ar o pombo
O gato no chão
O salto do gato
A pata do gato
O rombo no pombo
Do pombo o tombo
No couro do gato.
34. FERIDAS
Quando a vida
fere, fere.
Mas a dor que
Se insere
No peito,
Também sustenta
muralhas.
35. VALOR
Dos homens
No mundo
Vale mais
Que o fato
A fama.
36. REBANHOS
Se beleza fosse pasto
Teus rebanhos seriam os mais
Fortes.
37. DEITADO NO QUINTAL
Um pássaro passa
Com toda graça
Sem fumaça
No céu
Azul.
38.Soneto
Eis o espaço
Eis o azul
Eis o espaço azul
Eis o pássaro
Que voa e revoa
Eis o pássaro
Que e senhor do espaço
De repente
Um balanço
Desfaz o balé
Varando o pássaro
Eis o espaço
Eis o azul
O azul seu pássaro
e a ausência do pássaro
39.O caminho do homem
Que homem conhece o seu caminho?
Um véu vive posto defronte ao seu futuro.
Um que ofusca, um largo muro,
Lhe oculta tanto a flor quanto o espinho.
Que homem saberá se há um ninho
Para acolhê-lo no torpor de viadante?
Que homem saberá se, logo adiante,
Não lhe espera a negra sorte, o fim... a
morte?
O Verbo, Jesus
20. O AMOR
21. HOJE
22. RECEITA DE SANTO
Spoock!!! Onde foi a explosão?
À tudo sobrou poesia:
Rebentou-se um coração
Vazando o que então continha.
38.Soneto
Eis o espaço
Eis o azul
Eis o espaço azul
Eis o pássaro
Que voa e revoa
Eis o pássaro
Que e senhor do espaço
De repente
Um balanço
Desfaz o balé
Varando o pássaro
Eis o espaço
Eis o azul
O azul seu pássaro
e a ausência do pássaro
39.O caminho do homem
Que homem conhece o seu caminho?
Um véu vive posto defronte ao seu futuro.
Um que ofusca, um largo muro,
Lhe oculta tanto a flor quanto o espinho.
Que homem saberá se há um ninho
Para acolhê-lo no torpor de viadante?
Que homem saberá se, logo adiante,
Não lhe espera a negra sorte, o fim... a
morte?
O Verbo, Jesus
Pedro Virgínio P. Neto
Jesus, meus
amigos, é verbo
E não
substantivo.
Não é
substantivo
Como casa,
prato,
Bola,
Bíblia.
É verbo como
Andar,
comer, vestir
Falar,
Cantar, Dançar,
Chorar,
sorrir,
Perseverar e
amar.
O poder de Deus não consiste em
Palavras,
apenas. Mas em Verbo-ação.
A fé se
aperfeiçoa nas obras.
Metáfora
Pousado bem no meio do meu quintal
Havia certa vez um pássaro.
Julgando-me rápido o bastante,
Fiz menção de pegá-lo.
Ele alçou um vôo violento.
Vê que neste episódio
Descobri uma faceta
De nossa vida:
Ela está cheia de pássaros como aquele.
Em algum momento entre 1995 e 1996
Segundo a Lei da vida
Esta terra que ora pisasCom os teus pésEsta terra pisaram-na muitosBem mais que dez.Eram belosEram feiosEram pobresEram ricos.Eram homensE mulheresRebaixadosE altivos.Foram muitos,Foram tantos,Foram muitosMais que dez...E hoje repousamInertesSob os nossos pés.
7 de agosto de 1995
Linguagem
Linha
Viagem
Vertigem
Linguagem.
Linhagem:
Palavras
Debulhadas
de vagens
por navegantes
Extravagantes
de sonoras
paragens...
sem data.
A fome do papel
Queria poder dizer.
Dizer o quê?
Qualquer coisa
Qualquer desejo
Qualquer medo
Loucura qualquer
Qualquer mulher
Qualquer nota
Qualquer som
Queria poder dizer
Além do querer que digo
Qualquer sacro
Ou demoníaco dito.
Um cardo duro
Uma brasa
Uma gema.
O papel tem fome
E eu não tenho para lhe dar.
24 de março de 1997
Quadra para menina de rua
Alimente o sonho Juliana
Que ele gera o futuro.
A força que dele emana
Abranda o caminho duro.
22 de junho de 2006
Poema
Depois de ter você
Poemas para quê?
A vida já está realizada.
Depois de ter você
Pintar papeis pra quê?
A vida já está desenhada.
Depois de ter você,
Só você,
Dissolvida entre a luz
Do meu olhar
E a luz da alvorada.
01 de abril de 2003
Poema
“A semana está passando
Tão rápida” – Alguém diz.
“A vida está passando
Tão rápida”- Alguém retruca.
Urge entender a vida,
Viver a vida,
Consumir a vida,
Antes que ela se veja
Consumida.
14 de junho de 2007
O cacto
O cacto que cresce
No meio das pedras
Como estas, é duro,
Porém poemático.
Poesia
Sob o sol nordestino
A dura poesia,
Do sol
e das frentes,
Do pouco dinheiro
E da seca bravia.
23 de março de 1997
Na luz do teu nome
Medito na luz do teu nome
Que não se apresenta
Mas some.
Na luz do teu nome, chalassa,
Pois mal chega a fumo
Já vai fumaça.
Na luz do teu nome
Que não se apresenta
Mas some.
Teu nome no vento,
Que delírios traz...
Rajada de vento:
Teu nome fugaz.
2 de junho de 1997
O mundo
O mundo parece o mesmo:
Uma causa eterna e perdida.
Eterna enquanto duramos.
Perdida por toda a vida.
Mistérios
Ante os mistérios do universo
Que juntos em um congresso
Investem contra certeza
A mente humana vagueia
Até que em fim titubeia
Ante o autor da natureza.
18 de agosto de 2006
28 de novembro de 2002
Hoje
Hoje eu
Estou tão assim...
Sem saber o porquê,
Sem saber o quê.
Sem ter meio,
Começo nem fim.
Hoje eu vim
Pelos caminhos
Confusos.
Vagueando
Vagueando
No meu espírito.
Reboando
Reboando
Num incerto grito.
Envolvido
Envolvido
Em um vago rito.
Hoje eu vim
Sem definição
De rota ou mesmo
De mim.
Sem data: Antes de 2009.
Livro
Uma brisa suave
E perfumada,
Nascida da minha saudade,
Virou a capa das questões existenciais,
E da primeira
à última capa
Era você –
Nada mais.
11 de dezembro de 2001
A moça
A moça buscava uma flor.
Não uma flor convencional
Que tem o vermelho por cor
E floresce em qualquer quintal.
Mas, uma flor especial
Que ela um dia a deteve
E que o tempo, sádico rival,
Arrastou pela vida.
A moça buscava uma flor -
A juventude perdida.
Em algum momento entre 1995 e 1996
Romaria
Perdido pelos caminhos,
Na força do amor tremendo,
Ando porteiras pulando,
Água dos rios bebendo.
Vou cantando uma canção
Sob o sol do meio dia
Veredando este sertão,
Crivado de poesia.
Vou buscando teu beijo doce
Andando como se fosse
Um povo em romaria.
Em algum momento entre 1995 e 1996
As flores
Estas flores,
Cuja denominação desconheço,
Arquitetadas e esculpidas
Em regular matéria plástica,
Adornam,
Também com regular sucesso,
Parodiando as naturais,
Os altos e os cantos.
Falta-lhes, contudo,
O sentido bio-poético
daquelas degeneráveis.
Em algum momento entre 1995 e 1996
Quintilha
A saudade me namora
Me devora o coração
Me faz guerra encarniçada (?)
Esta paixão malograda
Que feriu-me o coração.
Em algum momento entre 1995 e 1996
Poema incerto
Tenho andado tão incerto.
Tão incerto do que quero
Tão incerto do que sou.
Sou estou certo da incerteza
Que em meu ser se instalou.
Em algum momento entre 1995
Jesus, meus
amigos, é verbo
E não
substantivo.
Não é
substantivo
Como casa,
prato,
Bola,
Bíblia.
É verbo como
Andar,
comer, vestir
Falar,
Cantar, Dançar,
Chorar,
sorrir,
Perseverar e
amar.
O poder de Deus não consiste em
Palavras,
apenas. Mas em Verbo-ação.
A fé se
aperfeiçoa nas obras.
Metáfora
Pousado bem no meio do meu quintal
Havia certa vez um pássaro.
Julgando-me rápido o bastante,
Fiz menção de pegá-lo.
Ele alçou um vôo violento.
Vê que neste episódio
Descobri uma faceta
De nossa vida:
Ela está cheia de pássaros como aquele.
Em algum momento entre 1995 e 1996
Linguagem
Linha
Viagem
Vertigem
Linguagem.
Linhagem:
Palavras
Debulhadas
de vagens
por navegantes
Extravagantes
de sonoras
paragens...
sem data.
A fome do papel
Queria poder dizer.
Dizer o quê?
Qualquer coisa
Qualquer desejo
Qualquer medo
Loucura qualquer
Qualquer mulher
Qualquer nota
Qualquer som
Queria poder dizer
Além do querer que digo
Qualquer sacro
Ou demoníaco dito.
Um cardo duro
Uma brasa
Uma gema.
O papel tem fome
E eu não tenho para lhe dar.
24 de março de 1997
Quadra para menina de rua
Alimente o sonho Juliana
Que ele gera o futuro.
A força que dele emana
Abranda o caminho duro.
22 de junho de 2006
Poema
Depois de ter você
Poemas para quê?
A vida já está realizada.
Depois de ter você
Pintar papeis pra quê?
A vida já está desenhada.
Depois de ter você,
Só você,
Dissolvida entre a luz
Do meu olhar
E a luz da alvorada.
01 de abril de 2003
Poema
“A semana está passando
Tão rápida” – Alguém diz.
“A vida está passando
Tão rápida”- Alguém retruca.
Urge entender a vida,
Viver a vida,
Consumir a vida,
Antes que ela se veja
Consumida.
14 de junho de 2007
O cacto
O cacto que cresce
No meio das pedras
Como estas, é duro,
Porém poemático.
Poesia
Sob o sol nordestino
A dura poesia,
Do sol
e das frentes,
Do pouco dinheiro
E da seca bravia.
23 de março de 1997
Na luz do teu nome
Medito na luz do teu nome
Que não se apresenta
Mas some.
Na luz do teu nome, chalassa,
Pois mal chega a fumo
Já vai fumaça.
Na luz do teu nome
Que não se apresenta
Mas some.
Teu nome no vento,
Que delírios traz...
Rajada de vento:
Teu nome fugaz.
2 de junho de 1997
O mundo
O mundo parece o mesmo:
Uma causa eterna e perdida.
Eterna enquanto duramos.
Perdida por toda a vida.
Mistérios
Ante os mistérios do universo
Que juntos em um congresso
Investem contra certeza
A mente humana vagueia
Até que em fim titubeia
Ante o autor da natureza.
18 de agosto de 2006
28 de novembro de 2002
Hoje
Hoje eu
Estou tão assim...
Sem saber o porquê,
Sem saber o quê.
Sem ter meio,
Começo nem fim.
Hoje eu vim
Pelos caminhos
Confusos.
Vagueando
Vagueando
No meu espírito.
Reboando
Reboando
Num incerto grito.
Envolvido
Envolvido
Em um vago rito.
Hoje eu vim
Sem definição
De rota ou mesmo
De mim.
Sem data: Antes de 2009.
Livro
Uma brisa suave
E perfumada,
Nascida da minha saudade,
Virou a capa das questões existenciais,
E da primeira
à última capa
Era você –
Nada mais.
11 de dezembro de 2001
A moça
A moça buscava uma flor.
Não uma flor convencional
Que tem o vermelho por cor
E floresce em qualquer quintal.
Mas, uma flor especial
Que ela um dia a deteve
E que o tempo, sádico rival,
Arrastou pela vida.
A moça buscava uma flor -
A juventude perdida.
Em algum momento entre 1995 e 1996
Romaria
Perdido pelos caminhos,
Na força do amor tremendo,
Ando porteiras pulando,
Água dos rios bebendo.
Vou cantando uma canção
Sob o sol do meio dia
Veredando este sertão,
Crivado de poesia.
Vou buscando teu beijo doce
Andando como se fosse
Um povo em romaria.
Em algum momento entre 1995 e 1996
As flores
Estas flores,
Cuja denominação desconheço,
Arquitetadas e esculpidas
Em regular matéria plástica,
Adornam,
Também com regular sucesso,
Parodiando as naturais,
Os altos e os cantos.
Falta-lhes, contudo,
O sentido bio-poético
daquelas degeneráveis.
Em algum momento entre 1995 e 1996
Quintilha
A saudade me namora
Me devora o coração
Me faz guerra encarniçada (?)
Esta paixão malograda
Que feriu-me o coração.
Em algum momento entre 1995 e 1996
Poema incerto
Tenho andado tão incerto.
Tão incerto do que quero
Tão incerto do que sou.
Sou estou certo da incerteza
Que em meu ser se instalou.
Em algum momento entre 1995
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