O RACISMO
Pedro Virginio P. Neto
O racismo ressoa em nossos ouvidos como um eco vindo de longe.
É fácil considera-lo o como uma página virada da história quando não temos diante de nós as imagens da escravidão: dos rostos ferrados e das costas latanhadas.
Quando não nos obrigam a sentar atrás da cortina ou no fundo do ônibus. Quando não nos obrigam a cerder o lugar.
É fácil considera-lo uma página virada da história quando não temos que deixar nossas casas numa certa manhã e seguir num trem fantasma, rumo à câmara de gás ou a um campo de concentração e trabalhos forçados, despojados de tudo... até mesmo do próprio nome e da própria dignidade humana, para ali sermos tratados como instrumentos ou como ratos de laboratório.
É fácil esquecer... até que alguém abre uma vaga de emprego e deixa claro que negro não atende ao requisito.
Até que você testemunha um alguém debochando do sonho e da grandeza de outro alguém, dizendo: "Um negro desses!!!".
Nessa hora a coisa é tão surreal que pensamos como Castro Alves:
"Dizei-me vos senhor Deus
Se deliro ou se é verdade
Tanto horror perante os céus."
"Eu tenho um sonho: o de que, um dia, os filhos dos antigos escravos e os filhos dos antigos senhores de escravos poderão se sentar juntos à mesa da fraternidade".
20 de novembro - Dia da consciência negra
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