COMENTANDO: INTOLERÂNCIA, OPINIÃO, DIÁLOGO...
(Reportagem no pé da postagem)
Penso que é possível ao cristão (e a qualquer indivíduo, de qualquer linha filosófica ou religiosa, que não seja proponente de ações essencialmente maléficas contra o próximo) manter suas convicções e opiniões e, ao mesmo tempo, dialogar com aqueles que não comungam dos mesmos princípios de fé. Esse diálogo precisa partir de pontos de contato, de pontos consensuais.
O evangelho é muito claro: nenhum cristão é chamado para agredir ou amaldiçoar quem quer que seja.
O exercício da liberdade, sem usar da liberdade para ferir dolosamente outras pessoas, é um ponto de consenso. Fico imaginando o sentimento de tais pessoas diante da invasão de suas casas. E se nos deparássemos com invasões em nossas igrejas e o desespero de nossos filhos? EXISTEM AINDA HOJE, NO MEIO EVANGÉLICO, TESTEMUNHAS VIVAS DO ABSURDO DA PERSEGUIÇÃO RELIGIOSA.
A necessidade de que o Estado de direito se faça presente, fazendo valer os direitos e garantias fundamentais para todos os cidadãos, é outro ponto de consenso.
O desejo de viver numa sociedade pacificada, é outro. Não acredito que pessoas normais escolheriam viver em meio a uma guerra civil, motivada por política ou por religião, como ocorria na Irlanda nas décadas de 80 e 90 (parece que ainda hoje ocorrem conflitos entre católicos e protestantes).
Enfim, a defesa do diálogo respeitoso não é o mesmo que ceder a liquidez do mundo pós-moderno, abandonando suas convicções ou suas raízes. Particularmente sou pela manutenção do direito de discordar e pelo dever de respeitar, amar e não odiar (E não estou defendendo um pacifismo ingênuo).
Essa fórmula parece difícil para tempos polarizados, onde tudo o que é pensado, seja na política, na religião em qualquer outro assunto, é dentro do modelo: "Preto ou branco".
O fato de você respeitar não dá garantias de que será respeitado. Por isso a oração franciscana diz: Fazei com que eu procure mais amar que ser amado. É difícil, mas é o chamado cristão.
NOTAS
MATÉRIA COMENTADA: "Intolerância religiosa se agrava no Rio com ataques de traficantes evangélicos. Conversão de cúpula de facção à religião evangélica cria vertente inédita e aumenta ataques contra crenças de matrizes africanas"https://brasil.estadao.com.br/…/rio-de-janeiro,intolerancia…
OBS 1: O fato de um comentar tal reportagem não significa que eu admita como verdadeira a suposição de que a maioria dos evangélicos agem de tal modo ou similar. Tão pouco podemos negar que existam pessoas que assim procedem. Bem como de outras religiões e segmentos políticos e filosóficos.
OBS: Ainda bem que nesta reportagem, diferentemente de muitas outras anteriores, eles deram nome aos bois: " Eles distorcem a doutrina religiosa e agridem outras religiões, sobretudo as de matriz africana.” As principais lideranças evangélicas do Rio condenam os ataques.", e enfatizaram que não se trata de uma orientação da doutrina cristã, nem das lideranças evangélicas. Infelizmente o silêncio das grandes lideranças evangélicas, sobretudo, deixa margem para suposições negativas.
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