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A Rebelião das Massas - Citações da obra de José Ortega y Gasset

 A Rebelião das Massas
Citações da obra de José Ortega y Gasset

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Algumas máximas do autor, extraídas do livro mencionado (1926, Espanha), nas quais ele trata sobre a política e de como os homem médio da sociedade contemporânea se afoga nela, perdendo os traços de sua individualidade.  Confesso que não lí toda a obra. Não sei se concordo com todos os seus pontos de vista, mas partilho do sentimento em relação a esse afogamento do homem médio nessas águas políticas. 

1. "A obra intelectual aspira, com freqüência baldada, a esclarecer um pouco as coisas, enquanto a do político sói, pelo contrário, consistir em confundi-las mais do que estavam." 

2."Ser da esquerda é, como ser da direita, uma das infinitas maneiras que o homem pode escolher para ser imbecil: ambas, com efeito, são formas da hemiplegia moral. "

3. "Ademais, a persistência destes qualificativos contribui não pouco a falsificar mais ainda a "realidade" do presente, (...) como o demonstra o fato de que hoje as direitas prometem revoluções e as esquerdas propõem tiranias."

4. "O politicismo integral, a absorção de todas as coisas e de todo o homem pela política, é uma e mesma coisa com o fenômeno de rebelião das massas que aqui se descreve. A massa em rebeldia perdeu toda a capacidade de religião e de conhecimento."

5. "A política despoja o homem de solidão e intimidade, e por isso é a predicação do politicismo integral uma das técnicas que se usam para socializá-lo."

6. "Quando alguém nos pergunta o que somos em política, ou, antecipando-se com a insolência que pertence ao estilo de nosso tempo, nos adscreve simultaneamente em vez de responder devemos perguntar ao impertinente que pensa ele que é o homem e a natureza e a história, que é a sociedade e o indivíduo, a coletividade, o Estado, o uso, o direito. A política apressa-se a apagar as luzes para que todos estes gatos sejam pardos."

7. "Se deixamos de um lado - como se fez neste ensaio - todos os grupos que significam sobrevivências do passado - os cristãos, os "idealistas", os velhos liberais, etc. -. não se achará entre todos os que representam a época atual um só cuja atitude ante a vida não se reduza a crer que tem todos os direitos e nenhuma obrigação."

8. "Qualquer substância que caia sobre uma alma assim, dará um mesmo resultado, e se converterá em pretexto para não se sujeitar a nada concreto. Se se apresenta como reacionário ou antiliberal, será para poder afirmar que a salvação da pátria, do Estado, dá direito a alhear todas as outras normas e a massacrar o próximo, sobretudo se o próximo possui uma personalidade valiosa. Mas a mesma coisa acontece se dá para ser revolucionário: seu aparente entusiasmo pelo operário manual, o miserável e a justiça social, lhe serve de disfarce para poder desentender-se de toda obrigação...".

9. "Quando a massa atua por si mesma, fá-lo só de uma maneira, porque não tem outra: lincha. Não é completamente casual que a lei de Lynch seja americana, já que a América é de certo modo o paraíso das massas. Nem muito menos poderá estranhar que agora, quando as massas triunfam, triunfe a violência e se faça dela a única ratio, a única doutrina.." 

10. "Mussolini apregoa com exemplar petulância, como um prodigioso descobrimento feito agora na Itália, a fórmula Tudo pelo Estado; nada fora do Estado; nada contra o Estado. Bastaria isso para descobrir no fascismo um típico movimento de homens-massa. Mussolini encontrou um Estado admiravelmente construído - não por ele, mas precisamente pelas forças e idéias que ele combate: pela democracia liberal".











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