Um mundo sem critérios objetivos de
verdade
O mundo está cada vez mais confuso. O que esperar de um mundo que
despreza a busca da verdade? E na base de tal pergunta não está a defesa de um
absolutismo ou a negação da subjetividade ou da individualidade de cada pessoa,
mas um questionamento à noção tão difundida de que não há verdade, ou que a
verdade é sempre a verdade de cada um.
Nietzsche fez profunda crítica à busca da verdade, dentro da
filosofia, apontando-a como causa de muitos abusos. Isto aconteceu, é verdade
(olha ela já aqui! A verdade). Mas é também verdade que quando os homens
abandonam a pretensão de encontrar a verdade (como realidade objetiva) o
resultado é a defesa da conveniência, do interesse pessoal e do vale tudo.
Se a verdade é sempre, e tão somente, a verdade de cada um. Se
verdade é tão somente o que eu desejo perceber como verdade, então a justiça é
tão somente o que eu desejo perceber como justiça. Mas, se cada um tem sua
justiça, como estabelecer a justiça, senão em face da verdade?
Num mundo que nega a busca da verdade, as pessoas, ao falar de
justiça, terão que vestir uma "máscara" (hipocrisia). Pois defenderão
o que de fato não acreditam ser a justiça, uma vez que a verdade sobre a qual
embasam tal noção de justiça não é verdade. O que hoje é defendido como justiça
e como verdade, na defesa de interesses individuais, amanhã será classificado
como injustiça e como mentira, na defesa do próprio interesse egoísta.
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