UM CONCEITO DE SUCESSO
Pedro Virgínio Neto
“Sucesso é a realização progressiva de um ideal digno”
Earl Nightingale
O ideal de construir impérios sempre
acompanhou os seres humanos, como bem testemunha a História. Contudo, estar no
topo da riqueza e do poder sempre foi para poucos. Poucos viram sob seu domínio
tantos homens quanto o viram Nabucodonosor, Xerxes, Ciro, Alexandre Magno,
César augusto e Carlos Magno, dentre outros.
Porém, cada ser humano, por mais simples e
socialmente pequeno que seja, ambiciona instituir seu império pessoal.
Estabelecer suas conquistas. Ou seja, alcançar o sucesso.
Nunca a palavra “sucesso” foi tão
utilizada e, o que quer que ela signifique, nunca foi tão ambicionado quanto nos dias
de hoje. Habitualmente o critério com o qual se define uma “pessoa de
sucesso” é a sua renda mensal ou anual, bem como a totalidade do seu patrimônio
acumulado.
Sem dúvida, como já havia afirmado
Aristóteles, a posse de um certo grau de recursos materiais é de fundamental
importância para a realização de uma pessoa. Mas possuir dinheiro e bens é
apenas uma manifestação específica ou individualizada do que seja o sucesso em
sua essência.
A definição de Earl Nightingale,
posta como epígrafe no topo deste artigo, apresenta-se a mim como uma bela
definição, que me parece tocar a questão essencial. Dela podemos inferir
algumas conclusões interessantes.
A primeira ideia é a de que sucesso tem
haver com realização. Realizar é tornar real aquilo que era apenas possível.
Transformar em Ato aquilo que era apenas Potência. Assim como quando plantamos
e cultivamos uma semente, cooperando com a sua natureza, para dela extrair todo
o seu potencial, até contemplarmos a planta e seus frutos.
A segunda conclusão diz respeito ao
caráter de coisa sempre inacabada ou incompleta de toda obra humana. Por isso o
sucesso é a realização das potencialidades numa contínua “progressão”.
Para ficar mais claro o conceito,
consideremos a expressão “os degraus do sucesso”. Não só o último degrau
é o sucesso. A escada toda é o sucesso. Cada degrau e todos os degraus. Sendo
que, o último degrau, é uma ilusão da qual quanto mais nos aproximamos, mais
distanciados dela percebemos estar.
Assim, aquele de quem se diz que é uma
“pessoa de sucesso” se constitui de realização em realização, numa sucessão de
atos. Não numa única cartada.
Por fim, uma terceira conclusão que
podemos inferir da definição de Nightingale é que nem todas as realizações
deveriam ser chamadas de sucesso, mas tão somente aquelas que visam a um “ideal
digno”.
Alguém dirá: Como saber o que é um
ideal digno? Bem, isto tem haver com princípios. É melhor fazer viver do que
matar; é melhor amar do que odiar; é melhor condenar o culpado do que o
inocente. Assim por diante.
Nesse sentido, não poderíamos afirmar
que Adolf Hitler foi uma pessoa de sucesso, embora ele tenha sido um líder
altamente eficiente e eficaz em suas determinações genocidas.
O Criador dotou todos os seres humanos
de certos potenciais que podem ser utilizados para o bem de si mesmos e dos
outros. Mas que também podem ser utilizados para propósitos indignos da
admiração de Deus e dos homens.
Com isto fechamos nossa reflexão,
entendendo que o sucesso não está longe de nenhum ser humano, posto que todos
temos potenciais a desenvolver. Para tanto, sempre serão necessárias ações
sucessivas e persistentes. Todos temos uma consciência moral e uma relativa
liberdade para escolher, tanto quanto for possível, trabalhar em prol de ideais
benéficos e dignos.
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