A CIÊNCIA (DES)APROVA DEUS?
Pedro Virgínio P. Neto
Não podendo ser, Deus, objeto
das Ciências da natureza, não pode ser provado nem negado definitivamente pelos
dados da experiência científica, empírica. A defesa racional da realidade de um
criador para o universo permanece, portanto, como um esforço filosófico. Ou
seja, como o emprego de um esforço da razão natural humana, por meio da observação
de certos aspectos da natureza, de um ponto de vista lógico, que revelam uma
dada ordem natural complexa, a qual sugere, em sua origem e estabelecimento, a
ação muito provável de um poder inteligente.
Francis F. Collins, geneticista
e diretor do projeto Genoma, o qual revelou ao mundo a complexidade até então
inimaginável das informações contidas em uma única célula, ao narrar o caminho
intelectual percorrido por ele até sua adesão à convicção da existência de um
criador, pergunta:
“... qual seria a explicação
para a inexplicável eficiência da matemática? Não seria nada além de um feliz
acidente ou refletiria alguma intuição profunda na natureza da realidade?"
(COLLINS, p.70)
O mesmo cientista, na mesma
obra, ao referir-se ao DNA, objeto de todo o esforço científico dele e de sua
equipe, comenta que:
"A complexidade das
informações contidas em cada célula do corpo humano é tamanha e tão
impressionante que ler uma letra por segundo desse código, levaria 31 anos, dia
e noite, ininterruptamente." (COLLINS, p. 10)
Sabe-se que determinadas falhas
em um ponto específico do código genético pode causar a manifestação de certas
síndromes e doenças raras. Logo, um arranjo "perfeito" de uma tal
sequência de informações é algo estarrecedor.
Hawking, por sua vez, reconhece
que, ao retirar Deus da equação, justificar a existência da natureza ordenada,
tal como a moderna ciência a tem revelado, torna-se algo difícil.
"Seria difícil explicar
por que o universo teria começado desta exata maneira, a não ser como o ato de
um Deus que quisesse criar seres como nós." (op.cit, 82)
O famoso Físico Freeman Dyson,
afirmara algo semelhante:
"Quanto mais examino o
universo e os detalhes de sua arquitetura, mais evidências encontro de que o
universo, em certo sentido, devia saber que estávamos chegando." (op.cit,
p. 82)
Evidentemente nenhuma dessas
observações prova a existência de um projetista do universo. Apenas aponta que
a suposição de que ele exista não é algo ilógico, nem improvável para muitos
homens de Ciência.
Em suma, quase todo o esforço, pautado
na razão natural, para estabelecer o conhecimento de Deus sobre bases lógicas,
tem partido dessa observação da natureza e da constatação da ordem a ela
inerente.
Desde o Rei Davi, ao declarar que "Os céus proclamam a glória de
Deus e o firmamento anuncia a obra de suas mãos" (Salmo 19), até São Paulo,
Apóstolo, ao declarar que "o que de Deus se pode conhecer neles se manifesta, porque Deus lho manifestou.
Porque as suas coisas invisíveis, desde a criação do mundo, tanto o seu eterno
poder, como a sua divindade, se entendem, e claramente se vêem pelas coisas que
estão criadas, para que eles fiquem inescusáveis;" (Romanos 1).
Chegando aos
contemporâneos Deístas e Teístas, como os que foram dantes citados.
Concluímos considerando que, embora Deus não possa ser objeto da Ciência natural, ela, involuntariamente, fornece material para a reflexão teológica e à construção de seus “altares”.
Referência Bibliográfica:
ANEXO
Segue-se uma lista de
célebres cientistas que alimentavam a convicção da existência de Deus, conforme
mencionados na obra “Uma Introdução ao Criacionismo”, do Físico Adauto Lourenço.
Não eram, todos, necessariamente cristãos, judeus ou defensores de uma visão
criacionista religiosa ou bíblica. Na sequência, reproduzo também uma série de
vocábulos e seus significados, extraídos da mesma obra, que ligam-se ao tema
tratado no artigo e podem servir de pistas para outras pesquisas.
Francis
Bacon
Galileu
Galilei
Johannes Kepler
Blaise Pascal
Robert Boyle
Sir Isaac Newton
Carolus Linneaus
Leonhard Euler
William Herschel
James Parkinson
Jedidiah Morse
John Dalton
Michael Faraday
Joseph Henry
Richard Ovven
James P. Joule
George Stokes
Gregor Mendel
Louis Pasteur
William Thompson
(Lord Kelvin)
Bernhard Riemann
James C. Maxwell
John Strutt
(Lord Rayleigh)
John A. Fleming
Ernest J. Mann
William Ramsay
Wernher von
Braun.
Naturalismo: cosmovisão
materialista que propõe que a natureza e os processos naturais correspondem a
tudo o que existe, considerando como não existente e desconhecido tudo o que
possa ser inerentemente diferente de um fenômeno natural.
Evolução: (biologia)
teoria naturalista que propõe que mudanças das características hereditárias de
uma população, através de sucessivas gerações, por longos períodos de tempo,
teriam sido responsáveis pelo aparecimento das novas espécies.
Darwinismo: teoria
evolucionista desenvolvida por Charles Darwin (e Alfred Russel Wallace), no
século XIX, que propõe a seleção natural como a causa principal para a
explicação da evolução. O livro “A Origem das Espécies”, publicado por Darwin
em 1859, popularizou a teoria.
Seleção Natural: é definida como
processo pelo qual organismos com características favoráveis têm uma
probabilidade maior de sobreviver e reproduzir.
Neo-Darwinismo: teoria
evolucionista que combina a teoria da seleção natural, proposta por Darwin, com
a teoria da hereditariedade, proposta por Gregor Mendel. Também conhecida como
Teoria Sintética Moderna.
Evolucionismo
Teísta:
teoria evolucionista baseada nas várias formas de seleção, incluindo a seleção
natural, sexual e outras.
Criacionismo: cosmovisão que
propõe que a origem do universo e da vida são resultados de um ato criador
intencional. Criacionismo Científico: propõe que a complexidade encontrada na
natureza é resultante de um ato criador intencional.
Criacionismo
Religioso:
posição religiosa que aceita pela fé que certos escritos de determinada
religião sobre a origem da vida e do universo são verdadeiros. Estas formas de
criacionismo são geralmente confundidas com as propostas científicas.
Design
Inteligente:
estabelece que causas inteligentes detectáveis empiricamente são necessárias
para explicar as estruturas biológicas ricas em informação e a complexidade
encontrada na natureza.
Teoria Sintética
Moderna:
(também conhecida como Síntese Evolutiva Moderna) teoria naturalista que reúne
as propostas do Darwinismo, do Neo-Darwinismo, da herança biológica proposta
por Gregor Mendel e da genética populacional.
Teoria do
Equilíbrio Pontuado:
teoria em que a especiação acontece em pequenas populações separadas
geograficamente de outras populações de suas espécies, onde a evolução, nestes
pequenos grupos, teria ocorrido rapidamente.
Comentários
Postar um comentário