O COMPORTAMENTO HUMANO
MÁXIMAS MORAIS DE LA ROCHEFOUCAULD
Prof. Pedro
Virgínio Neto
François
La Rochefoucauld um filósofo moralista, um observador do comportamento social
humano que viveu na França do século XVII, em meio às profundas agitações
políticas, econômicas e sociais.
Sempre em contato com
personagens da Aristocracia e da Nobreza, sua análise recai sobre as
"aparentes virtudes" ostentadas por esses indivíduos, mas que eram em
verdade vícios disfarçados, tal como ele desconfiava.
Seu caráter como pensador era
pessimista, no sentido de que desconfia das grandes promessas de virtude, seja
dos indivíduos, seja dos políticos.
Apesar de sua obra estar
localizada em um tempo e lugar históricos bem específicos, suas reflexões são
úteis para a meditação em todos os tempos. Afinal, mudam-se as estruturas
políticas, econômicas e sociais, mas o mar agitado das paixões continua latente
na alma humana.
Segue-se, pois alguns pensamentos que interpretam ou parafraseiam algumas dessas formulações de La Rochefoucauld.
Os termos "virtude" e "vícios", tão em voga no passado, podem ser entendidos, aproximadamente, em nossa linguagem cotidiana de hoje como qualidades e defeitos de caráter e comportamento.
1. Procura conhecer bem a ti
mesmo ao ponto de reconhecer tuas qualidades e admitir, sem dissimular ou
minimizar, teus defeitos.
2. A ambição e o medo são duas
fontes de extrema inquietação para o ser humano.
3. Sustentar a própria palavra
dada, para a cumprir, é "uma lei indispensável". (Esse exercício é
uma fonte de várias virtudes, tais como a prudência, a honestidade e a
coragem).
4. Entre a Razão e a Emoção,
quando julgamos estar sendo guiados pela primeira, na verdade estamos sendo
"arrastados" pela segunda.
5. Para saber até que ponto
somos realmente bons ou virtuosos devemos possuir os meios, a capacidade e a
oportunidade de praticar o mal. Sem esse teste, poderemos pensar que somos
pessoas virtuosas, sendo apenas pessoas tomadas de preguiça, medo ou impotência
para realizar o que de fato gostaríamos.
6. A ostentação da virtude tem,
muitas vezes, Suas raízes nos vícios.
7. No coração dos homens,
enquanto a Razão discursa as paixões gritam abafando a voz daquela.
8. O profundo desprezo por algo
pode estar ocultando uma vontade ou um desejo frustrado em relação ao objeto de
sua rejeição.
9. As nossa virtudes não se
sustentariam muito tempo se alguma vaidade nossa não estivesse sendo alimentada
em contrapartida.
10. Enfrente pequenos perigos e
estará sendo habilitado em coragem para enfrentar os grandes.
11. "A hipocrisia é uma
homenagem que o vício presta à virtude." (Citação direta)
12. Se as razões ocultas de
nossas melhores ações fossem expostas, sentiríamos vergonha de as ter praticado.
13. Movidos pelo orgulho,
reprovamos, nos outros, os vícios dos quais nos julgamos isentos, e desprezamos
as qualidades que não possuímos.
14. "O orgulho é igual em
todos os homens (ricos e pobres), só diferem os meios e as maneiras de
mostrá-los." (Citação direta)
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