O povo Judeu fez um
pacto com Deus! Que Deus?
Pedro Virgínio P. Neto
A resposta no sentido religioso, ou seja, apelando para as crenças
particulares de cada religião, é sempre geradora de contradições ou oposições,
posto que as fontes de autoridade são diferentes.
Biblicamente, a resposta para a pergunta é: Com “o Deus de Abraão, Isaac e Jacó” (1), “O Deus de teus pais” (2), conforme ele identificou-se à Moisés. O “Eu Sou” (3), dentre outros nomes.
Ao que parece, nenhum dos nomes pelos quais ele se identificou eram
nomes próprios, mas apenas designativos de atributos seus ou de relações que
tenha estabelecido com os homens.
Talvez, a partir disso, falando agora filosoficamente, possamos afirmar
que um Deus que pudesse ser definido estritamente ou nomeado, com nome próprio,
não se tratasse de Deus de fato. Posto que a definição e a nomeação já trazem
em si o pressuposto da limitação. E Deus é entendido, de modo predominante entre os religiosos, teólogos e filósofos,
como ilimitado, absoluto.
Dizia o Apóstolo Paulo: Pois, ainda
que haja também alguns que se chamem deuses, quer no céu quer na terra (como há
muitos deuses e muitos senhores), todavia para nós há um só Deus, o Pai, de quem são todas as coisas...
Penso que poderia livremente reinterpretar as palavras de Paulo dizendo:
ainda que haja muitos que sejam tidos como imortais, só há um que é Eterno.
O Eterno é aquele que sempre foi,
agora é e sempre será. O imortal é o que nem sempre foi, mas que uma vez
sendo, sempre será. Como o espírito do homem, segundo a crença da maioria das
religiões.
Mas, o imortal, sempre será em
dependência daquele que sempre É. Pois o
Eterno é existente por si mesmo. Já o imortal tem sua imortalidade apoiada
na existência que recebe do Eterno. Assim, o “Eterno” é Deus verdadeiro.
Ainda que certos seres, por seu esplendor, conhecimento e força, possam
ser tidos como deuses, só a fonte de toda a existência é de fato Deus. Tudo aponta, portanto, para UM, que é
único em sua natureza.
Nos próprios deuses da mitologia clássica percebemos que mesmo aqueles
que são nomeados de deuses, não são eternos, pois nascem e morrem, sendo mesmo
devorados pelos próprios pais.
Ademais, a história do povo Judeu é singular, especialmente pela saga de
sobreviver em meio a muitas tentativas de genocídio, desde os tempos mais
antigos, como o vemos na história da Rainha Ester (5); nos episódios históricos
envolvendo os Macabeus (6); Na investida Romana no ano 70 A.D (7); por toda a
Idade média vivendo em guetos (8); por toda a modernidade européia, sendo
olhados com grande desconfiança e freqüentemente expulsos de regiões e países
(9); até o auge dessa luta com o Holocausto no século XX, sob a ação do Nazismo
(10).
E a saga continua, sendo hoje um País que, territorialmente, ocupa
apenas 8% do tamanho do estado de São Paulo.
A despeito de tudo isto, vide a participação de Judeus nos prêmios Nobel
e nas finanças mundiais (11).
Tudo isto não é para dizer que os Judeus são um povo sem culpa. Mas
apenas para reforçar a ideia de que a história do povo judeu é singular. Não
são poucos os que tentam explicar os motivos, sobretudo, do sucesso que
acompanha esse povo. E, querendo ou não, a influência judaica no mundo
continuará a ser muito forte em todos os âmbitos.
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