Reflexão - Aos cristãos evangélicos, sobretudo.
(Sobre política e eleições)
Apenas fruto de minhas apreensões…
Respeitando a total liberdade democrática da qual gozamos, de dedicar nosso voto, nosso apoio ou nossa crítica ao partido, programa ou candidato que bem entendermos, em acordo com o princípio da LIBERDADE DE CONSCIÊNCIA historicamente defendida em declarações de princípios dos movimentos protestantes históricos.
Toda a realidade tem altura, largura e profundidade. Não podemos considerar apenas o lado aparente das coisas. No popular, toda moeda tem dois lados. A César o que é de César, e à Deus o que é de Deus.
Não busco aplauso de não cristãos. Nem adesão incondicional de cristãos. Só a escuta e a consideração dos homens sinceros.
"Fé é a certeza das coisas que se espera é a prova do que não se vê". É o que diz a carta aos Hebreus. Confesso que com relação ao candidato Bolsonaro, não alimento certezas. Há muitas palavras e pouco detalhamento das ações. Apesar de também desejar ver mudanças na política, não vejo com bons olhos a mudança por qualquer meio. Sobretudo, pela radicalização. Mas quero mudanças para melhor. Tenho dúvidas se o candidato trará mudanças para melhor, não só em função de suas ações políticas e administrativas (Não sabemos ao certo quais serão), mas em função das posturas que ele inspira. Todos reconhecemos que ele não é apenas um candidato comum. Ele tornou-se um ícone, um símbolo. O que explica seu fenômeno de popularidade. Ele representa valores cristãos? Distorcidos talvez. Um cristão que preza pela família cristã e defende seu valor, precisa zombar em contrapartida dos que não vivem em meio a tal modelo? Não é o dever de um cristão ou cristã cuidar de sua própria família? Um cristão que fica chocado com o desrespeito aos seus símbolos religiosos, deve recorrer à ofensa ou mesmo a agressividade física como resposta? Não seria melhor recorrer à lei?
Jesus nos ensinou que ao sermos amaldiçoados deveríamos devolver uma benção. Ao ser perseguidos, orar por nossos perseguidores. Ao sermos perseguidos por desenvolver uma conduta justa, segundo cristo, deveríamos nos considerar como Bem-aventurados. Sei que assimilar e dispor-se a perseguir estes ensinamentos não é fácil.
Facilitar o armamento da população, antes ou em detrimento de sua educação, vai significar mais segurança? Vamos lembrar que Bolsonaro não é o candidato exclusivo dos cristãos. Outras forças e outros interesses, com os quais certamente um cristão não comungaria, também o acompanham. Quando a banda começar a tocar, quem vai reger a orquestra? Serão os cristãos bem instruídos, pacificadores, misericordiosos e justos?
Esta eleição tem sido dominada pelo medo de todos os lados. Aos cristãos uma pergunta deve ser feita: Se tivermos que escolher estar na posição de perseguidos ou de perseguidores? Qual seria mais justo, segundo o evangelho? A pergunta é retórico. A resposta é óbvia para o cristão versado nas Escrituras. Repito que não julgo fácil aceitar a resposta.
Hoje o candidato recebe apoio maciço de algumas igrejas evangélicas. Ele fala sobre a família que defendemos. Ele fala contra o crime que condenamos. Fala sobre Deus acima de todos. Mas, ainda assim, me preocupa. De uma mesma fonte pode jorrar água doce e salgada? Os frutos o fazem conhecido? A árvore boa dá bons frutos. A árvore má, dá frutos maus, disse Jesus.
Tiago nos diz que: "todo homem seja pronto para ouvir, tardio para falar e tardio para se irar, pois a ira do homem não opera segundo a justiça de Deus".
O homem que domina as palavras será capaz de dominar o corpo inteiro. Todas as suas ações. Será que o candidato que tem recebido apoio maciço de um grande número de cristãos demonstra ser um homem que possui auto-domínio da palavra? Terá ele a prudência nas ações, quando estiver no poder?
A questão que levanto, não é se o outro lado é bom. Mas se este lado que está sendo apoiado tão enfaticamente por uma parcela de cristãos e mesmo de Igrejas, é digno de tamanho investimento e de que a igreja de Jesus Cristo atrele seu nome ao dele. Penso que a igreja de Jesus Cristo só deve levar sobre si um único nome: Jesus Cristo.
Como um cristão pode ser perfeitamente representado neste mundo? Seus valores mais fundamentais são eternos. As pautas políticas são transitórias.
A nossa guerra é espiritual, travada nas regiões celestes. Não é contra os homens, mas contra principados e potestades espirituais. E as armas da nossa luta, não são carnais, mas são armas espirituais, como o escudo da fé, a couraça da justiça, a túnica da verdade, o capacete da salvação e a espada do espírito . Poderosas em Deus. São estas as palavras do apóstolo Paulo, conhecidas por todo cristão bem instruído.
Neste momento enfrentamos um dilema ético. A mim parece que neste momento trata-se de escolher, não entre o bem e o mal. Sabemos que o mundo jaz no maligno.
Penso que deveríamos todos, deixar um pouco as redes sociais, tentar pesquisar sobre fatos, identificar o que pode ser só ilusão, entrar em nosso quarto, fechar a porta e buscar ao Pai em secreto. Meditar em TODA a justiça de Deus.
Não sou dono da verdade. Não sou um ignorante completo. Mas, certamente, ignoro mais do que sei.
Gostaria apenas de espalhar esta última reflexão antes do momento final das eleições. Peçamos todos a Deus iluminação, em oração e intercessão do Espírito de Deus. Que o Senhor continue a olhar por todos nós.
Pedro V.
(Sobre política e eleições)
Apenas fruto de minhas apreensões…
Respeitando a total liberdade democrática da qual gozamos, de dedicar nosso voto, nosso apoio ou nossa crítica ao partido, programa ou candidato que bem entendermos, em acordo com o princípio da LIBERDADE DE CONSCIÊNCIA historicamente defendida em declarações de princípios dos movimentos protestantes históricos.
Toda a realidade tem altura, largura e profundidade. Não podemos considerar apenas o lado aparente das coisas. No popular, toda moeda tem dois lados. A César o que é de César, e à Deus o que é de Deus.
Não busco aplauso de não cristãos. Nem adesão incondicional de cristãos. Só a escuta e a consideração dos homens sinceros.
"Fé é a certeza das coisas que se espera é a prova do que não se vê". É o que diz a carta aos Hebreus. Confesso que com relação ao candidato Bolsonaro, não alimento certezas. Há muitas palavras e pouco detalhamento das ações. Apesar de também desejar ver mudanças na política, não vejo com bons olhos a mudança por qualquer meio. Sobretudo, pela radicalização. Mas quero mudanças para melhor. Tenho dúvidas se o candidato trará mudanças para melhor, não só em função de suas ações políticas e administrativas (Não sabemos ao certo quais serão), mas em função das posturas que ele inspira. Todos reconhecemos que ele não é apenas um candidato comum. Ele tornou-se um ícone, um símbolo. O que explica seu fenômeno de popularidade. Ele representa valores cristãos? Distorcidos talvez. Um cristão que preza pela família cristã e defende seu valor, precisa zombar em contrapartida dos que não vivem em meio a tal modelo? Não é o dever de um cristão ou cristã cuidar de sua própria família? Um cristão que fica chocado com o desrespeito aos seus símbolos religiosos, deve recorrer à ofensa ou mesmo a agressividade física como resposta? Não seria melhor recorrer à lei?
Jesus nos ensinou que ao sermos amaldiçoados deveríamos devolver uma benção. Ao ser perseguidos, orar por nossos perseguidores. Ao sermos perseguidos por desenvolver uma conduta justa, segundo cristo, deveríamos nos considerar como Bem-aventurados. Sei que assimilar e dispor-se a perseguir estes ensinamentos não é fácil.
Facilitar o armamento da população, antes ou em detrimento de sua educação, vai significar mais segurança? Vamos lembrar que Bolsonaro não é o candidato exclusivo dos cristãos. Outras forças e outros interesses, com os quais certamente um cristão não comungaria, também o acompanham. Quando a banda começar a tocar, quem vai reger a orquestra? Serão os cristãos bem instruídos, pacificadores, misericordiosos e justos?
Esta eleição tem sido dominada pelo medo de todos os lados. Aos cristãos uma pergunta deve ser feita: Se tivermos que escolher estar na posição de perseguidos ou de perseguidores? Qual seria mais justo, segundo o evangelho? A pergunta é retórico. A resposta é óbvia para o cristão versado nas Escrituras. Repito que não julgo fácil aceitar a resposta.
Hoje o candidato recebe apoio maciço de algumas igrejas evangélicas. Ele fala sobre a família que defendemos. Ele fala contra o crime que condenamos. Fala sobre Deus acima de todos. Mas, ainda assim, me preocupa. De uma mesma fonte pode jorrar água doce e salgada? Os frutos o fazem conhecido? A árvore boa dá bons frutos. A árvore má, dá frutos maus, disse Jesus.
Tiago nos diz que: "todo homem seja pronto para ouvir, tardio para falar e tardio para se irar, pois a ira do homem não opera segundo a justiça de Deus".
O homem que domina as palavras será capaz de dominar o corpo inteiro. Todas as suas ações. Será que o candidato que tem recebido apoio maciço de um grande número de cristãos demonstra ser um homem que possui auto-domínio da palavra? Terá ele a prudência nas ações, quando estiver no poder?
A questão que levanto, não é se o outro lado é bom. Mas se este lado que está sendo apoiado tão enfaticamente por uma parcela de cristãos e mesmo de Igrejas, é digno de tamanho investimento e de que a igreja de Jesus Cristo atrele seu nome ao dele. Penso que a igreja de Jesus Cristo só deve levar sobre si um único nome: Jesus Cristo.
Como um cristão pode ser perfeitamente representado neste mundo? Seus valores mais fundamentais são eternos. As pautas políticas são transitórias.
A nossa guerra é espiritual, travada nas regiões celestes. Não é contra os homens, mas contra principados e potestades espirituais. E as armas da nossa luta, não são carnais, mas são armas espirituais, como o escudo da fé, a couraça da justiça, a túnica da verdade, o capacete da salvação e a espada do espírito . Poderosas em Deus. São estas as palavras do apóstolo Paulo, conhecidas por todo cristão bem instruído.
Neste momento enfrentamos um dilema ético. A mim parece que neste momento trata-se de escolher, não entre o bem e o mal. Sabemos que o mundo jaz no maligno.
Penso que deveríamos todos, deixar um pouco as redes sociais, tentar pesquisar sobre fatos, identificar o que pode ser só ilusão, entrar em nosso quarto, fechar a porta e buscar ao Pai em secreto. Meditar em TODA a justiça de Deus.
Não sou dono da verdade. Não sou um ignorante completo. Mas, certamente, ignoro mais do que sei.
Gostaria apenas de espalhar esta última reflexão antes do momento final das eleições. Peçamos todos a Deus iluminação, em oração e intercessão do Espírito de Deus. Que o Senhor continue a olhar por todos nós.
Pedro V.
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